Quando cheguei na estação trensurb, a algumas semanas atrás, encontrei pessoas com caras pintadas de palhaço. É assim que se sentem quando trabalham e não recebem salário com os devidos reajustes. Então começam as greves, negociações, projetos e propostas. O problema todo é que nunca se entendem. Servidores públicos estão sempre na luta por reposição salarial, pelo que é justo. Tenho acompanhado mais de perto os servidores do Poder Judiciário. Não vou entrar em detalhes, mas o que vejo são pessoas insatisfeitas com as negociações e propostas. Os pedidos de reajustes não são aceitos de acordo com o que é estipulado pelos sindicatos. Os servidores da justiça estão agora esperando uma reposição salarial de 12%, já deviam ter recebido, ainda que em três parcelas, mas pelo que sei ninguém recebeu nada, falta o voto na Assembléia Legislativa. A verdade é que a "máquina pública" não pode parar e não vai, porque poucos são aqueles que tem coragem de ir para as ruas lutar. Digamos que tudo pare, ninguém vai trabalhar nos foros do Rio Grande do Sul, o que vai acontecer? Vão conseguir ganhar reposição salarial de 50%? 27%? Os 12% pelo menos? Quem sabe 6%? Andei perguntando no meu "jeito bobo" de ainda querer entender, porque o Estado não paga direito os salários? E os precatórios? Que coisa é esta de "negociar" o que já foi decidido em sentença? Em partes, até entendo. É "muita gente" querendo aumento de salário, como já andaram me explicando, assim, deste jeito, não tem dinheiro pra todo mundo, para professores, brigadianos...e por aí vai. Então o governo tem que negociar a melhor forma de repor os salários devidos. O melhor não é o que se pede, não é o que é justo...é...é...estou pensando...GENTE DO CÉU! Sinto medo. Medo de continuar escrevendo...medo de falar, medo de ouvir... medo do desrespeito daqueles que "são mais do que eu". MEDO...É ISTO que nos faz seguir como se nada de mal estivesse acontecendo.
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