Quero ver as flores dos campos
em tardes de primavera
caminhar na noite escura sem medo
sabendo o caminho que sigo
sem nenhum perigo
Quero continuar amando
e sorrindo
Quero ver pessoas sinceras
em dias de chuva e frio
com barro na rua
Atravessar sinaleiras sozinha
Olhar o relógio da rua e ver
que é hora de morrer
e viver
Quero ver o sol na janela sem grades
abrir a porta sem fechar deixando entrar
qualquer um
Qualquer coisa é preciso
O que falo e o que não digo
E aquilo que li no livro? Ainda bem
que é só um livro
E todas as pedras são de pano
E o fogo um tecido de seda transparente
nenhum um pouco ardente
Aquelas águas de vidro jorrando no quadro
balançam no vento sem nunca cair
É hora de amar e sorrir
Vejo a mulher que rebola e balança os dedos
no ar
com desejo nos olhos de se embelezar
E o homem que era dela não sabia quem era ela
Na noite em que o sol brilha depois da montanha
revelo o sétimo céu de outono em agosto...
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