domingo, 6 de fevereiro de 2011

A autoexposição

Lendo o jornal Zero Hora de sábado fiquei pensando na crônica da Cláudia Laitano intitulada assim: "E o keko?"  Um comentário sobre a autoexposição, em uma passagem do texto ela escreve o seguinte "o que mudou radicalmente nos últimos tempos foi a quantidade de canais abertos para a autoexposição, caminho que a internet tornou tecnicologicamente possível e as redes sociais projetaram ao infinito."
Ninguém é obrigado a se expor, nem querer mostrar ao mundo todo "eu existo". Mas há no ser humano uma necessidade natural de se expressar, de se comunicar. O computador me parece, tá substituindo aquela coisa de antigamente de "querido diário", o livro onde algumas pessoas registravam tudo que faziam, pensavam, sentiam. Alguém poderá pensar, ah! mas diário era muito particular, tinha até chave! É, mas estamos vivendo um novo tempo, outros costumes. Eu tive caderninho particular. Mas alguma coisa mudou radicalmente. Nos tornamos pessoas públicas mesmo sem querer, então é melhor querendo, se expondo. Acontece uma "overdose" de "eu fiz", "eu sou", "eu existo", lançados no cyberespaço, como diz Cláudia Laitano. Um dos motivos deste "relacionamento com o computador" é a solidão, também a falta de segurança nas ruas, nos trancamos e ao mesmo tempo buscamos por outras pessoas, queremos que saibam quem somos, também que nos digam quem são. Demorei para aceitar o computador, a internet. Um dia em entrevista para emprego, me perguntaram: Sabes navegar na internet? Eu não sabia. Entrei num curso de informática para aprender tudo que eu precisava. E o keko? Pois é, o que os outros tem que ver com o quanto eu gosto de escrever? Para quem escrevo? Lembrei do meu amigo. Sabe, eu escrevo para mim mesma também. Quero ler depois.

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