domingo, 27 de fevereiro de 2011

A descoberta

Ver o que já se sabe é diferente de apenas saber. Ver é aceitar. Descobrir o que estava encoberto para nos
enganar outras vezes. Não pensa, não fala, não reclama, não olha, esquece. A descoberta "pasma". Cada um tem o seu momento. O que dizer, quando não quero contar? Mas algo insiste em me pertubar?
Não é possível esquecer o que incomoda. Não tem tempo, não tem distância que seja remédio, não tem remédio. Lendo a crônica da Martha Medeiros (ZH/27/02/11) intitulada "Som e fúria", refleti sobre o comentário do filme "O Discurso do Rei", onde ela diz: Uma das razões que levou o rei George VI a sofrer de uma gagueira aparentemente incurável foi o fato de passar por alguns constrangimentos na infância e sofrer tudo calado". Taí, "sofrer em silêncio", engolir a raiva, quem não sente? Sufocar os sentimentos, ficar obediente a tudo que é tipo de regra, porque qualquer "aumento de voz", qualquer lágrima que role pode ser "loucura", "desequilíbrio". Penso que é justo o "silêncio da dor" que nos adoece.  Como diz Martha Medeiros, ainda neste mesmo texto "...fiz minha voz sair não pela boca, e sim pelos dedos", aprendi a fazer isto. Escrevo para o mundo, não mais nos "meus caderninhos". Pois não sou diferente de ninguém, nem mais certa, nem mais torta. E quero ser assim, verdadeira. Sou atriz, mas fingir não é atuar, ser atriz é um estudo de outras histórias de vida, é saber interpretar outras personalidades, mas não é fingir. Alguma coisa me dói agora. Estou "gaguejando" em meus pensamentos. Descobrir, tirar o que está cobrindo, ver o que está escondido, e se é assim....melhor o silêncio, melhor a dor. Será? Será? Se..se...se..rá?

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